Já tem algum
tempo que fico incomodado com o pensamento dos reformados exclusivistas ao
dizerem que esse nome está restrito somente a eles por serem os guardiões da
teologia reformada.
Sabemos que a reforma se expandiu no manifesto de Lutero
quando ele pregou as 95 teses na porta da capela de
Wittemberg em 31 de outubro de 1517. Embora as 95 teses fossem
mais uma crítica ao mercado de indulgencias da igreja Católica Romana, tal
atitude tomou uma dimensão até então imaginável ao ponto de haver um cisma que
mudaria o curso da Igreja até então idolatra.
A história continua com o surgimento de novas igrejas
de pessoas que não estavam de acordo com a Igreja Católica Romana. É importante
lembrar que Lutero não tinha a intenção de dividir a igreja Católica Romana,
mas de reforma-la, entretanto isso não foi possível por causa da cegueira espiritual
da mesma.
A causa desse surgimentos de igrejas resumidamente se
da por causa de grandes teólogos e pregadores da época como Martinho Lutero, Filipe Melanchton, Urico
Zwinglio e João Calvino. Desde então a igreja veio crescendo e cada dia mais
conquistando pelas Escrituras fiéis Católicos que eram agora orientados a
somente buscarem justificação da parte de Deus através da Fé e não mais por
indulgencias.
Acredito
sem sombra de duvida que dentre esses teólogo citados João Calvino tenha sido o
mais ilustre dentre eles. As suas Institutas Teológica nos mostra o brilhantismo
desse grande teólogo ficando para trás apenas de
Agostinho. Entretanto Calvino dimensiona
a teologia de Agostinho e Lutero sobre a predestinação. Depois que Calvino
elabora suas institutas com essa doutrina ela ganha o reconhecimento de
ortodoxia virando assim uma tradição irrevogável para os tais.
Contudo,
nem todos estavam dispostos a aceitar essa doutrina, depois das tentativas
fracassadas de Pelágio contra Agostinho e Erasmo contra Lutero, era a vez de um
teólogo sem muita expressão hoje chamado James Armínio.
Armínio
(10/10/1560 à 19/10/1609) não teve a oportunidade de dialogar com Calvino que
morreu no ano de 1564. Contudo, foi Armínio até então calvinista que
questionou essa doutrina de forma indireta em seus sermões da Epistola aos
Romanos. Na verdade, Armínio questionou o suplalapsarianismo, e devido a isso
foi considerado por Gomarus (teólogo calvinista estremado) um herege defensor
do pelagianismo e dos jesuítas. Falsas acusações a parte, Armínio deu uma
melhor compreensão daquilo que ele acreditava como predestinação, causando um
grande cisma entre os calvinistas durante a história.
Devido
a essa simples discordância, os que não são calvinistas foram considerados não
reformados, o que me deixa muito incomodado, pois qual seria o maior motivo para
tanto?
Não
é possível que seja só por causa dessa discordância soteriológica, pois os
arminianos como os calvinista acreditam nas doutrinas básicas e irrevogável da
ortodoxia como: A inerrancia e infabilidade da Bíblia, Jesus como Deus e Homem,
a depravação total do Homem, o pecado original, na trindade etc.
Dessa
forma quando os calvinistas se denominam reformados por aceitar especificamente
o calvinismo deixa de fora os luteranos, anglicanos e batistas quando esses tem
uma concepção diferente da soteriologia calvinista, esquecendo-se que as tais
são históricas e que praticamente nasceram da reforma.
Vejo
isso como uma forma de dizer que outras igrejas que não são calvinista não
podem ser reformada por serem herética. Indiretamente é isso que estão nos
dizendo quando não podemos dizer que somos reformados, e se não somos
reformados, então temos parte com a igreja Católica romana, essas são as
implicações que levam.
Se
não nos consideram reformados, como querem que nós comemoremos o dia da
reforma?
Ainda
que isso cause em vocês indignação, falo sem medo de errar: Sou arminiano pentecostal
e reformado. E ai, qual é problema?
Jean Patrik
Critica ao exclusivismo reformado